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Sandra Tavares: “O vinho é um bem de partilha”

Sandra Tavares: “O vinho é um bem de partilha”

Sandra Tavares, enóloga. Nasceu nos Açores. Foi modelo muitos anos, mas escolheu a Agronomia. Em Itália aprofundou os estudos em enologia. Em 1999, chegou ao Douro e começou a trabalhar com Cristiano van Zeller na Quinta Vale D. Maria. Mais tarde com Jorge Serôdio Borges lança os vinhos Pintas

O passado acaba por determinar o presente mais do que queríamos?
O passado deixa-nos sempre marcas e memórias que irão sempre estar presentes e é importante que não nos esqueçamos delas.

O que retirou da diversidade em que cresceu?
Humildade, dar valor às coisas mais simples da vida, ser grata, estar sempre disponível para ajudar.

A sua avó foi mais importante do que ela própria imaginou?
Sim, a minha avó foi sempre o alicerce da nossa família, mantendo-nos sempre unidos, mesmo nos momentos mais difíceis. Sempre admirei nela a força, inteligência, independência, a beleza por dentro e por fora, a persistência. A minha avó foi, sem dúvida, uma inspiração para mim e sempre me deu força para acreditar que tudo é possível se seguir os meus sonhos, mesmo quando parecem difíceis de alcançar.

O mundo da moda foi um desvio necessário na sua rota?
Foi um desvio desejado e fascinante no qual aprendi muito! Trabalhei no mundo da moda cerca de 12 anos, vivi experiências fantásticas, conheci pessoas maravilhosas, mas num ambiente competitivo e duro, por isso, tive de crescer rápido.

A exposição pode asfixiar-nos?
Depende como vivemos ou deixamos que essa exposição nos afete. Sempre vivi de uma forma simples e nunca permiti que ela transformasse a minha maneira de ser.

Os vinhos portugueses estão num patamar de qualidade muito satisfatório?
Os vinhos portugueses estão há bastante tempo num patamar de qualidade muito elevado, mas não tinham o devido reconhecimento internacional. Finalmente tudo está a mudar, graças ao enorme esforço de promoção dos produtores, mas também à melhoria da imagem do nosso país e ao incremento do turismo. Daí que a procura, segurança e fidelização nos nossos vinhos tenham vindo a aumentar.

O vinho requer sempre companhia?
O vinho é um bem de partilha e por isso bastante mais apreciado quando partilhado e apreciado com outros.

Também pode acontecer primeiro estranhar-se para depois se entranhar?
Sim, claro. Acredito que normalmente tudo o que não é tão óbvio e que estranhamos no início, muitas vezes se torna muito especial e intemporal.

A revolução das mulheres também se faz à mesa, não se inibindo de beber, coisa que já foi quase exclusivo dos homens?
Cada vez mais as mulheres têm mais segurança, capacidade de decisão e independência, e isso também se manifesta no consumo do vinho.

O que aprecia verdadeiramente num vinho?
A capacidade de nos transportar à origem desse vinho, à vinha..., pela imensidão de sentidos que nos desperta.

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