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Gao Yang, vice-ministra do Comércio: “Porta da China não vai fechar-se”

Gao Yang, vice-ministra do Comércio: “Porta da China não vai fechar-se”

Vice-ministra do Comércio da China diz que país pretende aumentar as importações ao estrangeiro.

É o novo slogan oficial da liderança chinesa nas relações internacionais: “A porta da China não vai fechar-se”. Foi transmitido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, esta última quinta-feira a um grupo de empresários de multinacionais estrangeiras no país, como a Volkswagen e a Pfizer, e repetido no mesmo dia por Gao Yang, vice-ministra do Comércio da China, em visita a Lisboa para acompanhar uma delegação de mais de 70 empresas chinesas à procura de oportunidades de negócio em Portugal e noutros países de língua portuguesa.

“A porta da China não vai fechar-se. Empresas, mercadorias e serviços que queiram entrar no mercado chinês são bem-vindos. A China não vai abrandar nos seus avanços devido ao unilateralismo e protecionismo”, disse a responsável do Comércio da China numa entrevista concedida a um grupo restrito de media, incluindo Dinheiro Vivo, e com oportunidade para serem colocadas apenas três questões. As respostas não são porém novidade.

O discurso de abertura é aquele que Pequim oferece aos seus parceiros num momento de crescentes tensões comerciais, das quais o mais recente desenvolvimento, desta sexta-feira, é a ameaça de imposição de 20% de tarifas adicionais às importações de automóveis europeus pelos Estados Unidos.

Num período de apenas oito dias, andando para trás, Pequim e Washington voltaram a escalar as ameaças de novas barreiras comerciais: primeiro, a promessa de 25% aplicar a bens tecnológicos chineses no valor de 50 mil milhões de dólares; seguida de resposta chinesa com promessa de 25% de tarifas adicionais a bens americanos de 34 mil milhões de dólares; e de nova ameaça de Donald Trump de sobretaxar bens chineses em até 200 mil milhões de dólares de volume comercial.

Mas, mesmo perante previsões negativas – como as avançadas pelo Banco de Portugal esta semana, de uma retração de 10% no comércio internacional num cenário de guerra aberta de tarifas – o Ministério do Comércio não prevê, para já, oscilações.

“Estamos confiantes quanto ao nível de trocas de comércio externo – também quanto às perspetivas quanto às relações da China com os países de língua portuguesa”, declarou Gao Yang em entrevista.

No ano passado, o comércio da China com o resto do mundo ampliou-se em 14,2% para 4,28 biliões de dólares. Já as trocas com os países de língua portuguesa, nas quais o Brasil é o principal parceiro da China, aumentaram em 29,4%, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega do país.

Já no primeiro trimestre deste ano, as trocas comerciais entre a China e o conjunto dos países de língua portuguesa cresceram 25,91% para 30,18 mil milhões de dólares. Mais de dois terços do volume, 20,01 mil milhões de dólares, foram compras da China ao grupo lusófono nas quais o Brasil se destaca como principal parceiro comercial, vendendo bens no valor de 13,9 mil milhões dólares ao país asiático nos primeiros três meses deste ano (+25,46%). No bloco de língua portuguesa, Angola é o segundo maior parceiro da China, exportando para o país bens no valor de 6,32 mil milhões de dólares (22,85%). Até março, o comércio entre Portugal e China expandiu-se em 15,37%, atingindo 1,34 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros). A maior parte foram compras de Portugal à China, no valor de 815,7 milhões de dólares (+13,36%), com as vendas ao país a atingirem 528,9 milhões (+18,61%).

Este ano, em novembro, a China realizará uma exposição dedicada aos parceiros internacionais, a Feira Internacional de Importações. Tem sido uma das iniciativas com que Pequim pretende manifestar abertura ao exterior, a par com a promessa de redução das limitações ao investimento externo da indústria automóvel e no sector dos seguros. Gao Yang deixou o convite: “Apelo a que os empresários portugueses participem na nossa primeira exposição internacional de importação, que vai ter lugar em novembro em Xangai”. “De acordo com o Presidente Xi Jinping, a China tem de ter mais iniciativa nas importações”, afirmou.

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