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Óbito - Morreu Posada Carriles: líder anti-Castro nos EUA que Cuba considerava terrorista

Óbito - Morreu Posada Carriles: líder anti-Castro nos EUA que Cuba considerava terrorista

Exilado cubano que participou na invasão da Baía dos Porcos morreu aos 90 anos

Luis Posada Carriles, exilado cubano que fez campanha ativa contra o governo dos irmãos Castro em Cuba e que Havana considerava um terrorista, morreu esta madrugada na Florida, informou o seu advogado Arturo Hernández à agência norte-americana AP e ao jornal The Miami Herald.

Segundo a mesma fonte, Posada Carriles, de 90 anos, estava doente há já algum tempo. Sofria de cancro na garganta, além de ter ficado ferido num acidente de carro há tr��s anos. Vivia num lar de idosos do governo norte-americano para veteranos de guerra no sul da Florida.

Posada Carriles era membro de um grupo de exilados cubanos (Operação 40) que a agência secreta norte-americana (CIA) treinou nos anos 1960 para derrubar o governo de Fidel Castro. Participou na invasão da Baía dos Porcos, em 1961. Ao contrário de muitos dos seus camaradas, numa renunciou à violência para derrubar o regime em Cuba.

Em Cuba, era considerado um terrorista, sendo apontado como autor moral do atentado terrorista contra o voo 455 da Cubana de Aviación, que caiu com 68 passageiros e cinco tripulantes a 6 de outubro de 1976, quando fazia a ligação entre Barbados e Havana. Ele sempre negou qualquer envolvimento.

Posada Carriles, que se naturalizou venezuelano, chegou a ser detido na Venezuela pelo atentado, mas conseguiu fugir para os EUA, onde nunca o acusaram desse crime. Em 2000, foi condenado no Panamá por uma tentativa de assassinar Fidel Castro nesse país, durante uma Cimeira Ibero-Americana, mas seria perdoado pela presidente Mireya Moscoso, após cumprir quatro anos de prisão.

Nos EUA, depois de ter entrado ilegalmente no país, enfrentou um processo de deportação em 2005, tendo sido considerado pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA como "risco para a segurança nacional dos EUA". Apesar de tanto Cuba como Venezuela (que também o considera um terrorista) pedirem a sua deportação, esta nunca ocorreu.

Nascido em Cienfuegos a 15 de fevereiro de 1928, Posada Carriles vinculou-se a grupos anti-Castro logo após o triunfo da Revolução Cubana. Além da participação na falhada invasão da Baía dos Porcos, passou pelo exército norte-americano entre 1963 e 1964, sendo recrutado pela CIA em abril de 1965, para servir de instrutor no centro de treino da Florida. Trabalhou para a CIA até 1967 e depois, até 1976, para os serviços de informação da Venezuela.

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