Computerworld - 22 mai. 00:28
O futuro é "intelligent"
O futuro é "intelligent"
Nelson Pereira, CTO da Noesis, explica porque é fundamental dar valor às fontes de dados, ao processamento dos dados em tempo real e à análise de padrões e tendências como resposta às necessidades do mercado.
- Nelson Pereira, CTO da Noesis
O crescimento exponencial do sector da tecnologia e a importância da análise dos dados obrigam as organizações a superar-se, diariamente, e a desenvolver soluções que melhorem o desempenho das suas actividades. Assim, começa a tornar-se imperativo acompanhar e prever as tendências das tecnologias, surgindo, consequentemente, a pressão para ter fontes de dados novas e diversificadas, processar dados em tempo real e analisar padrões e tendências, em resposta às necessidades do mercado.
Tanto a um nível social como profissional, os novos sistemas de comunicação e informação têm como objetivo melhorar exponencialmente o quotidiano das pessoas e organizações. Agora podemos tomar decisões profissionais e pessoais em segundos, utilizando elevadas quantidades de dados. Contudo, um dos maiores desafios da era digital são os dados: a quantidade que é gerada, o número de fontes, as conexões e a maneira como estas são estruturadas.
Agora podemos tomar decisões profissionais e pessoais em segundos, utilizando elevadas quantidades de dados.
Os dados são um dos principais activos das organizações e prevê-se que, no final deste ano, 50% das grandes organizações estejam a gerar receita de DaaS (Data as a Service) – através da venda de dados, métricas, insights e recomendações. Como tal, este potencial deve ser valorizado pelas organizações, especialmente em mercados B2B, onde as interacções são diversas, com prazos curtos, e a utilização correta dos dados torna-se importante para uma tomada de decisão imediata e autónoma. O conhecimento profundo do cliente ou parceiro leva as organizações a responder em detalhe às suas necessidades, de forma personalizada.
No caso da indústria da saúde, por exemplo, o mercado poderá alterar todos os seus procedimentos desde o diagnóstico à prevenção. Ao incluir “wearables“ ou dispositivos móveis para recolher e monitorizar dados, como a frequência cardíaca, a pressão arterial, a temperatura e os níveis de oxigénio, conseguimos fazer uma análise de correlação entre os dados dos exames de diagnóstico, o estilo de vida e outros indicadores que ajudem a definir e entender padrões de saúde, tal como a prever inconformidades.
Num contexto empresarial, podem ser integrados sistemas inteligentes de “outputs” automatizados, como “reports” ou avaliações, para problemas recorrentes que não exigem a intervenção dos colaboradores, que devem estar concentrados em tarefas de valor acrescentado e insubstituível sensibilidade humana. Em contrapartida, a complexidade na implementação de soluções de “data analytics” pode ser vista como uma desvantagem, quer a nível técnico, quer pelos custos, prazos e competências exigidos.
Desta forma, as organizações devem continuar a sua estratégia de implementação de transformação digital, com foco em soluções objetivas e sustentáveis, porém inteligentes e predictivas, para se tornarem um factor diferenciador no mercado. No entanto, para aumentar a competitividade, é necessário estabelecer pontes entre aquilo que o negócio procura e precisa, e o que os sistemas tecnológicos podem efectivamente entregar.
Neste sentido, a integração de informação é o primeiro ponto onde as organizações estão a inovar, investindo numa arquitectura orientada para a integração de dados a partir das mais diversas fontes de dados. Assim, é importante para as organizações continuarem a investir na gestão da mudança e no desenvolvimento de competências, com a utilização de dados armazenados e analisados, acompanhando a inovação na área de “business intelligence” e “analytics”.
Como desafio de 2018, as organizações devem focar-se na mudança de mentalidade sobre o valor dos seus dados, percebendo que estes têm um valor acrescido associado e geram receita. Assim, precisam de encarar a análise dos dados como uma prioridade antes da alavancagem de cada iniciativa.
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