tribunaexpresso.pttribunaexpresso.pt - 19 abr. 18:22

Um FC Porto melhor na pressão do que a criar e um Sporting com dificuldades no ataque posicional: a análise a um clássico com pouco futebol

Um FC Porto melhor na pressão do que a criar e um Sporting com dificuldades no ataque posicional: a análise a um clássico com pouco futebol

O jogo que valeu a passagem do Sporting à final da Taça de Portugal foi um clássico (mais um) em que não abundaram as oportunidades e em que as bolas paradas acabaram por ter protagonismo

Mais um clássico (e têm sido muitos), mas novamente pouca qualidade no futebol praticado por ambas as equipas. O Porto, na frente da eliminatória, mais competente a pressionar do que a criar, quase não incomodou Rui Patrício durante todo o jogo. O Sporting, a precisar de marcar, revelou sempre bastantes dificuldades no seu ataque posicional.

O Porto, à imagem do que fez na 2ª parte frente ao Benfica no domingo passado, tentou e conseguiu condicionar a construção do Sporting em zonas altas (obrigou o Sporting a jogar mais directo na frente em vez de entrar no seu meio campo ofensivo com a bola controlada desde trás).

Numa primeira linha de pressão, Soares e Otávio tiveram como função pressionar os centrais do Sporting (Coates e Mathieu), e Óliver acompanhou sempre o médio do Sporting que baixava para junto dos centrais (padrão de construção muito frequente no Sporting de Jorge Jesus) para que este não conseguisse progredir com bola nem realizar um passe vertical. Atrás, uma linha de 3 com Herrera posicionado no eixo central, e com Brahimi e Ricardo um de cada lado, a fecharem o corredor central mas sempre preparados para pressionar os laterais (Piccini e Coentrão) caso a bola entrasse neles.

Bloco baixo do FC Porto

Bloco baixo do FC Porto

Nos momentos em que o Porto se posicionou num bloco médio em vez de alto, a estrutura passava a ser o 4x4x2, sempre com o objetivo de orientar a construção do Sporting para os corredores laterais. Soares e Otávio posicionados na diagonal para a bola não entrar em Battaglia, a linha média a fechar bem os espaços no corredor central, obrigado o Sporting a lateralizar a sua construção.

Bloco médio do FC Porto

Bloco médio do FC Porto

Ofensivamente foi sempre um Porto pouco capaz de criar situações de golo. Numa fase inicial da construção a pressão alta do Sporting obrigou-os a jogar mais longo, e numa segunda fase, já no seu meio campo ofensivo, a equipa de Sérgio Conceição mostrou-se muito dependente dos rasgos individuais de Brahimi para conseguir desorganizar o bloco defensivo do Sporting.

O Sporting, a ter necessariamente que marcar pelo menos um golo, foi sempre uma equipa com enormes dificuldades para criar em ataque posicional. Demasiado jogo exterior e demasiada pressa em fazer a bola chegar à frente foram as principais causas das dificuldades que o Sporting sentiu no seu processo ofensivo.

Este tipo de ligação exterior entre Coentrão e Acuna foi uma constante enquanto os dois estiveram em campo, e os resultados foram quase sempre os mesmos. Ou o passe saía errado e o Sporting perdia logo a posse de bola, ou então Acuna até conseguia receber a bola, mas como a recebia sempre virado para a linha lateral e pressionado pelas costas, o lance raramente acabava com algum tipo de vantagem para o Sporting.

Neste lance específico, se em vez de Acuña pedir logo a bola em profundidade, tivesse recuado para a receber e servir de elo de ligação com Bryan, o Sporting tinha conseguido progredir de forma apoiada.

Faltou ao Sporting mais calma e qualidade (quer do ponto de vista individual quer do ponto de vista coletivo) para construir de forma apoiada pelo corredor central, como por exemplo conseguiu fazer aos 58 minutos, numa das poucas vezes onde em ataque posicional conseguiu entrar dentro da área do Porto com a bola controlada.

O passe vertical de Mathieu permitiu ultrapassar as linhas defensivas do Porto e fazer a bola chegar a Bruno Fernandes, que posicionado entre os defesas e os médios do Porto combinou com Battaglia (a proximidade entre jogadores no corredor central favorece este tipo de situações porque dá ao portador da bola mais soluções) e serviu Gelson, deixando o extremo leonino numa situação de 1x1 com Alex Telles, já perto da área de Casillas.

Com a pouca qualidade que ambas as equipas demonstraram no momento ofensivo, ganhou importância a eficácia nas bolas paradas, onde o Sporting através de Coates conseguiu levar a eliminatória para prolongamento.

Nos 30 minutos de prolongamento, com o jogo mais partido devido ao desgaste de ambas as equipas, e apesar de nenhuma ter feito muito para desfazer o empate na eliminatória, o Sporting foi quem esteve mais próximo do golo. Na marca de grandes penalidades, como vem sendo hábito esta época, o Sporting foi mais forte e marcou presença no Jamor, onde dia 20 de Maio defronta o Desportivo das Aves.

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