observador.ptobservador.pt - 19 abr. 17:31

Jorge Coelho volta à administração da Mota-Engil, cinco anos depois de se demitir de presidente

Jorge Coelho volta à administração da Mota-Engil, cinco anos depois de se demitir de presidente

O político socialista foi proposto para vice-presidente do conselho de administração da construtora, mas não deverá ter funções executivas. Seixas da Costa também vai para os órgãos sociais.

Jorge Coelho vai voltar à administração da construtora Mota-Engil, cinco anos depois de ter abandonado a presidência executiva da empresa. O político socialista faz parte da nova lista dos órgãos sociais que será aprovada em assembleia geral no dia 11 de maio e onde aparece como vice-presidente, mas sem funções executivas.

Para além de Jorge Coelho, o conselho de administração da Mota-Engil vai ter mais dois vice-presidentes, Gonçalo Moura Martins, que é o atual presidente executivo e deverá continuar no cargo, e Arnaldo Figueiredo, outro quadro histórico da empresa.

António Mota, o maio acionista, mantém-se como presidente do conselho de administração onde surgem mais nomes novos como o embaixador e ex-secretário de Estado do Governo PS, Francisco Seixas da Costa. A maior construtora portuguesa tem aliás a tradição de contratar ex-políticos, de vários quadrantes políticos. Um dos mais recentes foi Paulo Portas, ex-líder do CDS, que foi também escolhido para consultor da empresa depois de abandonar o Governo.

No conselho de administração da construtora estão ainda outros antigos políticos como Luís Valente de Oliveira, ex-ministro de Cavaco Silva e Durão Barroso, e Lobo Xavier, antigo dirigente do CDS que está aliás nos órgãos de várias grandes empresas. Estes dois são administradores não executivos independentes e ganham apenas senhas de presença.

O ex-ministro do Equipamento do PS, durante o Governo de António Guterres, foi para a presidência da Mota-Engil em 2008, tendo abandonado o presidente executivo em 2013, alegando razões pessoais. Uma delas terá sido o cansaço, numa altura em que a Mota-Engil procurava ultrapassar a maior crise de sempre no setor português da construção. Apesar de ser uma das poucas construtoras históricas a sobreviver a essa crise, a Mota-Engil é hoje um grupo mais pequeno, tendo abandonado, através de venda, os negócios de concessões rodoviárias e portuárias em Portugal. No mesmo período reforçou no ambiente com a aquisição da EGF, que atua na área dos resíduos.

Jorge Coelho terá mantido alguma ligação ao grupo como consultor, mas retomou a sua participação na vida política, embora afastado da ribalta e de cargos dirigentes. Recentemente apareceu associado ao movimento criado para defesa do Interior do país, onde estão também Álvaro Amaro e Rui Silva, autarcas socialistas de Guarda e Vila Real. Ao mesmo tempo dedicou-se a projetos pessoais como uma queijaria em Mangualde.

O novo conselho de administração, para o mandato 2018/2021, é composto por 21 elementos, incluindo o presidente e três vice-presidentes. No ano passado, a Mota-Engil pagou 5,56 milhões de euros aos administradores, com o presidente executivo, Gonçalo Moura Martins, a receber 739,4 mil euros, incluindo prémios de desempenho. Os administradores não executivos e não independentes ganharam entre 286 mil euros e 551 mil euros, incluindo remuneração variável.

Em 2017, a construtora registou uma forte queda dos lucros, de 97% para dois milhões de euros, uma evolução é justificada pelos ganhos extraordinários que inflacionaram os resultados do ano anterior. A empresa não irá pagar dividendos pelos resultados do ano passado o que, segundo o Jornal de Negócios, acontece pela primeira vez em mais de 20 anos.

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