www.computerworld.com.ptcomputerworld.com.pt - 19 mar. 15:24

Lloyds recorre ao Github em estratégia para “open banking”

Lloyds recorre ao Github em estratégia para “open banking”

O banco com 250 anos procura adoptar as boas práticas do desenvolvimento de open source para ganhar agilidade.

Com o advento da “open banking”, entidades bancárias emergentes e startups de inspiração fintech, estão a desafiar as tradicionais instituições financeiras britânicas como o Lloyds Bank. Mas isso não quer dizer que a “velha guarda” não esteja atenta.

É exactamente o contrário, garante James McLeod, líder para a engenharia de software, no Lloyds Banking Group e orador na conferência Github Constellation London. A segurança fundamental dos activos financeiros é de vital importância.

Mas a iniciativa europeia para “open banking”, obriga os bancos a disponibilizar certos dados seus dados a determinadas para determinadas iniciativas através de API seguras. E exige uma abordagem diferente.

Existindo uma forte comunidade de fintechs, startups baseadas em tecnologia de blockchain e criptomoedas, no Reino Unido, o Lloyds só podia tomar iniciativa. “O que realmente sabemos é que se nos vamos manter a par das fintech, teremos de ganhar agilidade, romper com a tradição de 250 anos de manter tudo seguro, encaixotado, imóvel, e mudar ‒ o que é basicamente, DevOps “, considerou McLeod.

“[Dois profissionais] pertencentes a duas equipes de produtos diferentes, devido à forma como os nossos sistemas dentro do banco estão configurados, não conseguem ver o código um do outro”, revela James McLeod (Lloyds Banking Group).

O banco, diz, já tem muitas pessoas a funcionar na lógica da metodologia. “Quando se pensa na engenharia dos grandes bancos como o Lloyds, não se pensa em DevOps. Não se percebe que esta pode capacitar todos os nossos engenheiros para a engenharia”, nota.

Uma barreira importante foi que a cultura do Lloyds não evoluiu no sentido de haver colaboração, e especialmente entre equipas. Mesmo que as de produtos individuais funcionassem de forma ágil, aquelas separadas trabalhavam com se estivessem em silos.

De tal forma que, mesmo que estivessem próximas fisicamente, não havia maneira de os engenheiros poderem colaborar.

“[Dois profissionais] pertencentes a duas equipes de produtos diferentes, devido à forma como os nossos sistemas dentro do banco estão configurados, não conseguem ver o código um do outro. Não podem colaborar no código, nem rever a qualidade de cada um ou emitir uma solicitação de dados um ao outro ‒ está bloqueado”, explica McLeod.

O banco acabou por recorrer à Github Enterprise para ajudar a resolver esse problema. Embora o banco tenha passado por uma jornada de transformação digital há mais de três anos, só nos últimos seis meses tem usado uma plataforma de cloud privada Github Enterprise como “sandbox”, zona isolada para experimentação.

Fá-lo de modo a que todos os seus engenheiros, independentemente da equipa, possam montar e experimentar código num ambiente seguro e sem afectar sistemas críticos. “Começámos o que denominamos o Github Enterprise Working Group”, disse McLeod.

“Estamos conscientes de que temos essa uma história de 250 anos, que nos diz como as coisas devem ser feitas e por isso o grupo de trabalho é constituído por engenheiros a trabalharem juntos e a colaborar”. A nossa cultura tem sido muito piramidal [na gestão], que pode ser traduzida na expressão “é assim que fazemos coisas aqui”.

“Mas queremos ter essa cultura de engenharia onde nós, como engenheiros, dizemos como as coisas devem ser feitas”, revela McLoed. “Queremos essa comunidade de engenharia com pessoas entre escritórios e talvez até entre instalações em vários locais”.

“Innersourcing” em experiência

O projecto de “sandbox” levou os engenheiros da Lloyds a experimentar o “innersourcing”, a prática de aplicar metodologias de open source dentro de uma organização. Num grande banco pouco habituado à colaboração entre equipas, estão a formar-se comunidades de engenheiros, que começam a acreditar que o seu trabalho é deles, desde o início (em vez do tradicional modelo tradicional).

Reúnem-se no Github Enterprise Working Group para falar sobre o código desenvolvido quotidianamente. “Estamos a patrocinar a colaboração no desenvolvimento de código e não apenas a discutir coisas, ou a definir atabalhoadamente problemas para a gestão resolver- estamos realmente a colaborar. Queremos que o mundo sabia que temos abertura na organização, para que os nossos engenheiros possam aprender e crescer juntos”, declara McCleod.

 Por IDGNS Tags
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