www.jornaleconomico.sapo.ptjornaleconomico.sapo.pt - 19 mar. 17:24

Moody´s considera que novo quadro de provisionamento para malparado é positivo

Moody´s considera que novo quadro de provisionamento para malparado é positivo

A agência de rating lembra no entanto que nem a proposta do BCE nem a da CE considera o stock existente de NPLs (vulgarmente conhecido por crédito malparado). "A proposta da CE visa novos empréstimos e a do BCE novos NPLs".

Na última quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) publicou a sua orientação (referida como adenda) para lidar com o crédito improdutivo (NPLs), um dia depois da Comissão Europeia (CE) ter proposto várias medidas para resolver o excesso de NPL dos bancos.

“As várias propostas sobre a gestão de NPLs são positivas porque sustentam práticas de provisionamento mais prudentes dos bancos num eventual contexto de futura recessão”, diz a Moody´s.

A agência de rating lembra no entanto que nem a proposta do BCE nem a da CE considera o stock existente de NPLs (vulgarmente conhecido por crédito malparado). “A proposta da CE visa novos empréstimos e a do BCE novos NPLs”.

“Acreditamos que quaisquer padrões aplicáveis ​​aos novos NPLs devem aplicar-se também ao stock existente para garantir a consistência do tratamento” do crédito malparado, defende a Moody´s.

O BCE no passado sinalizou que faria tal proposta no início de 2018, o que, em última instância, seria positivo para melhorar o balanço dos bancos.

A orientação do BCE visa os chamados bancos significativos que estão sob sua supervisão direta. “Aplicar-se-á a novos NPLs, nomeadamente quaisquer empréstimos que se tornem improdutivos [não pagos atempadamente] após 1 de abril de 2018, mas serão aplicados pela primeira vez em 2021”, diz a Moody´s.

Os créditos que não têm garantias devem ser totalmente provisionados no prazo de dois anos e os empréstimos garantidos por colateral, o mais tardar sete anos depois de terem sido classificados como improdutivos.

O BCE espera que os bancos atinjam esses limiares de forma mais ou menos linear ao longo do tempo.

A nota da Moody´s refere que “o efeito imediato dos novos requisitos de provisionamento nos bancos europeus seria pequeno, uma vez que a nova formação de NPL é relativamente baixa no atual ambiente operacional económico benigno e o requisito de provisão adicional é imposto gradualmente daqui para a frente. “Por conseguinte, o efeito total da orientação não seria evidente até 2026”, diz a agência.

O calendário de provisionamento gradual do malparado tem ritmos diferentes para Comissão Europeia e para o BCE.

Frankfurt exige cobertura de malparado com provisões a 40% no terceiro ano; 55% no 4º ano; 70% no 5º; 85% no 6º; e 100% no 7º.

Já Bruxelas recomenda 5% de cobertura no primeiro ano; 10% no 2º; 17,50% no 3º;  27.50% no 4º; 40% no 5º; 55% no 6º; 75% no 7º e 100% no 8º ano.

“O cronograma de provisionamento do BCE é mais rápido do que as regras da CE, mas as regras e os cronogramas da CE prevaleceriam sobre a orientação do BCE, a menos que o BCE considere o quadro da CE inadequado para bancos selecionados sob uma abordagem do Pilar 2, o que é caso a caso”, lê-se na nota.

Na decisão SREP (Supervisory Review and Evaluation Process), adaptada especificamente a cada instituição de crédito, a autoridade de supervisão pode exigir que a mesma detenha capital adicional e/ou definir requisitos qualitativos (normalmente referidos como Pilar 2).

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