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Lisboa. Em Telheiras, vai fazer-se um cordão humano para protestar contra nova igreja

Lisboa. Em Telheiras, vai fazer-se um cordão humano para protestar contra nova igreja

Protesto está marcado para quarta-feira, entre as 8h30 e as 9h00, no espaço que fica entre o Jardim de Infância de Telheiras e a Escola Básica nº1, e para onde está prevista a construção da nova igreja de Telheiras.

A contestação contra a construção de uma nova igreja, capelas mortuárias e centro social, em Telheiras, não dá tréguas. Agora, o movimento peticionário, ao qual se juntaram a Associação de Residentes de Telheiras e a Associação de Pais da escola primária e do jardim-de-infância, vão organizar um cordão humano no jardim que existe entre as duas escolas e que desaparecerá caso o projecto de construção da nova igreja de Telheiras avance. 

O ponto de encontro é na quarta-feira, entre as 8h30 e as 9h00, no espaço que foi ajardinado pela câmara de Lisboa em 2015, entre as ruas José Escada e Hermano Neves, e que os peticionários não querem que seja substituído por "blocos de cimento". O vereador Ricardo Robles, eleito pelo Bloco de Esquerda, já fez saber que se juntará aos moradores de Telheiras nesta acção de protesto. 

Com essa construção, além da perda de um espaço verde no bairro, os moradores que se opõem ao projecto temem que o congestionamento do trânsito se agrave e que se perca um terreno “de apoio às escolas”.

A história daquele terreno é antiga e intrincada. O jardim que hoje lá está foi concluído no final de 2015 pela câmara de Lisboa. Mas foi construído num espaço que a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) – extinta em 2014 pelo município - destinara à então paróquia do Lumiar (hoje está nas mãos da paróquia de Telheiras) já desde 2003. 

Na quinta-feira à noite, a Junta de Freguesia do Lumiar promoveu uma sessão de esclarecimento sobre a construção da nova igreja que foi muito concorrida. A maioria dos presentes mostrou estar contra o projecto, mas ouviram-se também as vozes de quem quer uma nova igreja no bairro. Do lado da Paróquia de Telheiras, o pároco João Paulo Pimentel insistiu que “o projecto ainda está em aberto” e que está disponível para ouvir “todas as sensibilidades”.

A discussão está longe de ter terminado, sendo que em cima da mesa está a possibilidade de a igreja ser construída noutro terreno. Ainda que isso seja “uma tarefa extraordinariamente difícil face à escassez de espaços que existem no território", nota o presidente da junta, Pedro Delgado Alves. 

Como forma de protesto, um grupo de cinco moradoras, a maioria com filhos a frequentar aqueles dois estabelecimentos, lançaram uma petição no final de Fevereiro. Até às 13h00 desta segunda-feira, quase 2900 pessoas a tinham assinado. Na semana passada, a petição foi entregue na Assembleia Municipal de Lisboa.

Segundo um comunicado divulgado na página da paróquia pela equipa coordenadora, o projecto prevê a construção de uma igreja, um centro para idosos, um armazém para recolha e distribuição de alimentos, um espaço solidário para recolha e distribuição de roupa, um centro de aconselhamento e apoio familiar, um espaço para eventos, salas de reuniões para encontros de várias valências e capelas mortuárias.

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