observador.ptobservador.pt - 19 jan. 19:44

Viúva negra da Côte d’Azur (que envenenava homens em série) condenada a 22 anos de prisão

Viúva negra da Côte d’Azur (que envenenava homens em série) condenada a 22 anos de prisão

Os procuradores chamam-lhe "narcisista perversa". Patricia Dagorn seduzia homens mais velhos com um objetivo: envenená-los para enriquecer. Das quatro vítimas conhecidas, duas acabaram por morrer.

“Era como um raio de sol no inverno. Quando se está com uma mulher mais nova, sabes que não vai durar muito, mas não recusas a oportunidade a menos que sejas masoquista.” O testemunho é de Robert Vaux, de 91 anos — um dos dois homens das quatro vítimas conhecidas que sobreviveram aos envenenamentos em série de Patricia Dagorn, ou a viúva negra da Côte d’Azur, de 57 anos — à Agence France Presse.

Vaux estava reformado e sentia-se sozinho. Depois da morte da sua mulher, convidou Dagorn para viver com ele, em 2012, na cidade costeira de Frejus, em França. Desde então, a sua saúde começou a deteriorar-se de tal forma que chegou a estar em “perigo de vida”, revelou-lhe o médico. Nessa altura, Dargon ligou ao advogado de Vaux a pedir-lhe que a incluísse no seu testamento.

Robert Vau, de 91 anos, é uma das vítimas de Patricia Dagorn (Foto de VALERY HACHE/AFP/Getty Images)

Fazer com que as suas vítimas a incluíssem nos testamentos era um dos métodos utilizados pela viúva negra da Côte d’Azur para enriquecer. Dargon pedia-lhes dinheiro e prendas. Chegou a ser detetado o depósito de um cheque de 21 mil euros na conta da mulher. Dargon disse que o dinheiro era uma prenda para a ajudar a abrir uma loja de joalharia.

Vaux foi uma das vítimas da viúva negra da Côte d’Azur. As autoridades estimam que Dargon terá conhecido, pelo menos, duas dezenas de homens através de agências de encontros, entre 2011 e 2012. Depois de os conhecer, Dargon tentava relacionar-se com eles e envenenava-os para lhes ficar com todo o dinheiro que conseguia. Nas buscas que os inspetores fizeram, encontraram Valium — um medicamento com efeito calmante que usava para os envenenar — e vários documentos pertencentes a diferentes homens: identificações, detalhes de contas bancárias e de seguros de saúde.

O caso começou a ser investigado em 2011, quando Michel Kneffel, um homem de 60 anos com quem Dargon tinha vivido em Nice, morreu. As autoridades relacionaram esta morte com outro caso de suspeita de homicídio de Francesco Filippone, um homem de 85 anos que foi encontrado morto no banho, em 2011, em Mouans-Sartoux, perto de Cannes — e a quem pertencia o cheque de 21 mil euros depositado na conta da mulher. Ange Pisciotta, de 82 anos, e Robert Vaux, de 91, são as duas vítimas conhecidas que sobreviveram.

Os procuradores de Nice chamaram Dargon de “narcisista perversa“. Os advogados de defesa descrevem-na “não como psicótica mas psicopática“. O filho é mais claro. “Ela sempre foi obcecada por dinheiro rápido e fácil“, confessou Guilhem, em 2013, na altura em que a mãe foi acusada. Dargon sempre negou as acusações, mas acabou condenada a uma pena de prisão de 22 anos.

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