Luciano Amaral - 18 dez. 00:30
Novo 'homem doente'
Novo 'homem doente'
O PSD aplicou-se com método a destruir a chefia de Passos Coelho,
O PSD está a tornar-se no novo "homem doente" da democracia portuguesa.
O primeiro-ministro faz declarações autistas sobre um "ano saboroso" para Portugal, apesar dos cerca de 200 mortos pelos incêndios. O país envergonha-se com um escândalo onde uma associação privada de fins sociais, a agora célebre Raríssimas, se vê enredada numa embusteirice envolvendo muitos e grandes nomes do PS. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma instituição caritativa, prepara-se para salvar um banco, o Montepio, injetando 200 milhões de euros. A Caixa Geral de Depósitos aceita salvar da falência uma construtora, a Soares da Costa, quando as dúvidas são mais que muitas de que seja viável. O segundo maior exportador nacional, responsável por cerca de 1% do PIB do país, a Autoeuropa, arrisca-se a entrar num ciclo de greves que põe em causa a sua atividade nos próximos anos.
Isto tudo acontece e o que faz o PSD? Envolve-se numa discussão wittgensteiniana sobre o que é ou não é um debate entre os candidatos à presidência do partido. Num contexto em que o PCP e o BE, os trombeteiros de outrora, aceitam tudo e mais alguma coisa (bancos e capitalistas salvos, corrupção e compadrio), isto é grave. Se não fosse pela Assunção Cristas dos "artigozinhos no Correio da Manhã" e Portugal parecer-se-ia com um aprazível regime de partido único.
A partir do instante em que percebeu que a geringonça estava para durar, o PSD aplicou-se com método a destruir a chefia de Passos Coelho, culminando na "impossibilidade" de alguém de jeito aparecer para as candidaturas autárquicas a Lisboa e Porto. Mas assim que a oportunidade foi devolvida ao pobre partido magoado para se afirmar, o partido resvalou para uma irrelevância ainda maior. Não admira que Assunção Cristas se comece já a ver como "capaz de ser primeira-ministra". Parece piada? O PSD que se cuide.
O primeiro-ministro faz declarações autistas sobre um "ano saboroso" para Portugal, apesar dos cerca de 200 mortos pelos incêndios. O país envergonha-se com um escândalo onde uma associação privada de fins sociais, a agora célebre Raríssimas, se vê enredada numa embusteirice envolvendo muitos e grandes nomes do PS. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, uma instituição caritativa, prepara-se para salvar um banco, o Montepio, injetando 200 milhões de euros. A Caixa Geral de Depósitos aceita salvar da falência uma construtora, a Soares da Costa, quando as dúvidas são mais que muitas de que seja viável. O segundo maior exportador nacional, responsável por cerca de 1% do PIB do país, a Autoeuropa, arrisca-se a entrar num ciclo de greves que põe em causa a sua atividade nos próximos anos.
Isto tudo acontece e o que faz o PSD? Envolve-se numa discussão wittgensteiniana sobre o que é ou não é um debate entre os candidatos à presidência do partido. Num contexto em que o PCP e o BE, os trombeteiros de outrora, aceitam tudo e mais alguma coisa (bancos e capitalistas salvos, corrupção e compadrio), isto é grave. Se não fosse pela Assunção Cristas dos "artigozinhos no Correio da Manhã" e Portugal parecer-se-ia com um aprazível regime de partido único.
A partir do instante em que percebeu que a geringonça estava para durar, o PSD aplicou-se com método a destruir a chefia de Passos Coelho, culminando na "impossibilidade" de alguém de jeito aparecer para as candidaturas autárquicas a Lisboa e Porto. Mas assim que a oportunidade foi devolvida ao pobre partido magoado para se afirmar, o partido resvalou para uma irrelevância ainda maior. Não admira que Assunção Cristas se comece já a ver como "capaz de ser primeira-ministra". Parece piada? O PSD que se cuide.