observador.ptobservador.pt - 18 dez. 09:24

Há prémios para quem quer mudar o mundo

Há prémios para quem quer mudar o mundo

A 2ª edição do Prémio de Voluntariado Universitário é prova do empenho das universidades e jovens para construir uma sociedade melhor.

As universidades têm um enorme potencial para ajudar a desenvolver a sociedade e as novas gerações estão cada vez com mais vontade de participar em projetos sociais. Com o objetivo de recompensar o esforço dos jovens e incentivar a prática de uma cidadania ativa, o Santander Totta entregou o Prémio do Voluntariado Universitário a quatro projetos vencedores de um grupo de dez finalistas. “Hoje é o Dia Internacional do Voluntariado (5 de dezembro) e não há dia mais indicado para entregar estes prémios. É importante que a sociedade civil tenha cada vez mais força nestas funções já que o Estado, por várias impossibilidades, muitas vezes não consegue”, sublinhou António Vieira Monteiro, Presidente Executivo do Banco Santander Totta, no discurso de encerramento da cerimónia.
A instituição financeira ofereceu três mil euros à Escola Inclusiva, Herança Madeirense e Move Açores, enquanto a U.Dream recebeu mil euros. Os vencedores terão também direito a mentoria estratégica por diretores séniores do Banco durante um ano.

Prémio Comunidade: Escola Inclusiva

O projeto é constituído por alunos e professores, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, envolvendo a comunidade, com o objetivo de apoiar as instituições locais de cariz social. “É um projeto multidisciplinar que integra as várias licenciaturas”, assegura Joana Santos, diretora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão. A docente universitária lembra também a relação de grande proximidade que se estabelece em alguns casos, como na parceria com a delegação da ACAPO de Viana do Castelo, em que os alunos interagiram diretamente com os cegos para criar uma aplicação móvel que os ajudasse a percorrer o centro histórico da cidade.

Prémio Ideia: Move Açores – Porta-a-Porta

O Move nasceu da mente de um grupo de estudantes da Catolica Lisbon School of Business & Economics e arrancou em Moçambique em 2009, estendendo-se depois a São Tomé e Timor. Agora é a vez dos Açores. A missão é ajudar famílias carenciadas em três localidades de São Miguel (Rabo de Peixe, Água de Pau e Fenais da Luz), através de uma melhor gestão do orçamento familiar e incentivo à criação de rendimentos alternativos. “O prémio é essencial, para além do incentivo financeiro, é a oportunidade de ter acesso a um conhecimento mais técnico”, realça Catarina Marques, 24 anos.

Prémio Projeto: Herança Madeirense

O porta-voz do projeto, Luís Nicolau, 38 anos, nasceu em Madrid e viveu no Brasil, mas hoje está na Madeira. É por ter absorvido uma grande diversidade cultural que valoriza ainda mais a história das gentes, monumentos e lugares. Antigo estudante da Universidade da Madeira – que apoia a iniciativa -, decidiu valorizar o património material e imaterial da ilha, angariando receitas para ajudar alunos carenciados no apoio a refeições escolares, material de estudo ou livros.

Prémio Comunicação: U.Dream

Mudar o mundo através de uma ferramenta poderosa: a educação. O objetivo da U.Dream é formar voluntários que possam ajudar a concretizar sonhos de crianças e famílias que vivem momentos complicados. É um projeto educativo para mudar a forma como pensamos e agimos. Presente no Porto, Braga e Aveiro, a U. Dream conta com o apoio das universidades públicas destas cidades e da Universidade Católica na Invicta.
“O nosso sonho é ver sorrir, fazer o máximo todos os dias. Em 2018 esperamos continuar a crescer e expandir para Coimbra”, sublinha Diogo Oliveira da Cruz.

Histórias felizes para reabilitar vidas

À 2ª edição do Prémio de Voluntariado Universitário candidataram-se 50 projetos de todo o país (19 do Norte, 9 do Centro, 18 do Sul, 4 da Madeira), mobilizando cinco mil voluntários.
A administradora Executiva do Banco Santander Totta ficou surpreendida com o enorme incentivo das universidades e institutos politécnicos à participação dos estudantes. Inês Oom de Sousa deixou-se também contagiar pelo entusiasmo. “Participei numa ação de voluntariado do Just a Change (vencedor da edição 2016) com 80 pessoas do Banco. Estivemos a pintar 12 quartos e a montar móveis. Foi uma experiência inesquecível”.
Ao reconstruir casas reconstroem-se vidas, explica António Bello, da Just a Change. O jovem lembrou a história de um habitante do Bairro da Serafina, que vivia sem água, luz ou esgotos, em condições pouco dignas e numa situação de isolamento social grave. “Nem BI tinha. Estivemos dois meses a ajudar e aos poucos ele foi renascendo. Cortou o cabelo, começou a tomar banho, a usar roupa lavada e a ter vontade de conversar com os voluntários. Participou na intervenção e foi agente da sua própria mudança. É uma história muito feliz, reabilitámos uma vida.”

Uma relação em que todos ficam a ganhar

É junto das universidades que se encontram muitos jovens voluntários que desempenham um papel fundamental na economia social. Para os estudantes o voluntariado é uma forma de valorizar a experiência no plano curricular e de se sentirem agentes ativos na construção de uma sociedade mais justa. “Os jovens colocam-se ao serviço da sociedade, quer através da inovação gerada pelo conhecimento quer pela vontade de colmatar faltas. Tornam-se pessoas mais completas e testam capacidades cada vez mais valorizadas no mundo do trabalho. É esta simbiose de vantagens que as universidades perceberam muito bem e que estão a projetar para outro nível de importância”, sublinha Marcos Soares Ribeiro, Diretor Coordenador do Santander Universidades.

Vencedores da 2ª edição do Prémio de Voluntariado Universitário.

Victor Machado/Bluepeach

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