expresso.sapo.pt - 18 dez. 07:36
Juros da dívida a caminho de novo mínimo depois de graduação pela Fitch
Juros da dívida a caminho de novo mínimo depois de graduação pela Fitch
Os juros das Obrigações do Tesouro nos prazos a 2, 5 e 10 anos estão em trajetória descendente na abertura do mercado secundário nesta segunda-feira, após a agência Fitch ter retirado a dívida portuguesa de ‘lixo financeiro’ no final da semana passada. Prémio de risco português abaixo de 150 pontos e inferior ao italiano
Os juros (yields) das Obrigações do Tesouro português (OT) nos prazos a 2, 5 e 10 anos estão em queda na abertura desta segunda-feira no mercado secundário da dívida soberana.
Na sexta-feira passada, a agência Fitch graduou a dívida de longo prazo portuguesa para terreno de investimento, retirando-a de 'lixo financeiro', e subindo a notação em dois níveis, para BBB, acima dos ratings atribuídos pela DBRS (BBB baixo) e a Standard & Poor's (BBB-).
No prazo de referência, a 10 anos, os juros das OT desceram para 1,77% pelas 7h30 (hora de Portugal), uma redução de cinco pontos base em relação ao fecho de sexta-feira passada. Regressaram a níveis abaixo dos juros para os títulos italianos, que se situam em 1,8%, o que já havia ocorrido durante a sessão de sexta-feira. Estão a caminho de um novo mínimo desde abril de 2015. A 15 desse mês, os juros fecharam em 1,727%. Em março daquele ano fixaram um mínimo histórico de 1,55%.
O prémio de risco da dívida portuguesa desceu esta segunda-feira, na abertura, para 147 pontos base (1,47 pontos percentuais de diferencial face à Alemanha) e é inferior ao italiano (150 pontos base).
A 2 anos, os juros das OT desceram em terreno negativo de -0,206% para -0,277%. No prazo a 5 anos, recuaram de 0,476% para 0,462%.
A semana no mercado secundário da dívida na zona euro vai ser marcada pelo efeito da graduação do rating português pela Fitch e pelas consequências dos resultados imprevisíveis das eleições na Catalunha a 21 de dezembro. Na Alemanha prosseguem as negociações para a formação de uma potencial nova coligação entre os anteriores parceiros de coligação, com o SPD a reclamar o Ministério das Finanças. As últimas três sondagens em Itália colocam o Movimento 5 Estrelas a liderar as intenções de voto para as eleições legislativas de março com uma vantagem entre 1,2 e 4,8 pontos percentuais em relação ao Partido Democrático (que lidera o atual governo).