www.cmjornal.ptAndré Ventura - 18 dez. 00:30

Ilegalizar o Reino de Deus

Ilegalizar o Reino de Deus

Pode chocar o espírito da democracia e da constituição, mas a Igreja Universal do Reino de Deus deveria ser ilegalizada.
Estado e religião não se devem tocar ou influenciar, é certo! Mas as igrejas não se podem tornar em centros de alta suspeita de práticas criminosas! Mesmo correndo o risco de entrar no domínio do Reino de Deus, a República Portuguesa não deve permitir que operem em Portugal quaisquer instituições que, sob o manto de casas religiosas, se tornam centros internacionais de práticas, no mínimo, muito duvidosas. Desde que foi fundada, em 1977, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tem estado envolvida em múltiplos escândalos, não só no Brasil como na Europa. Exibição ostensiva do dinheiro dos fiéis, desvio de capitais, fraude, branqueamento, criação de milícias e, recentemente, as suspeitas de manter uma rede internacional de adoção de crianças. Ou, em termos criminais, tráfico de menores.

Sejamos objetivos: os indícios existentes são fortíssimos, os testemunhos dos envolvidos perturbadores e a negligência do Estado face a esta instituição é, no mínimo, um case-study de fraqueza e inoperância. Como foram arquivadas, de forma simplista, as denúncias feitas no final dos anos 90? E como mandam os tribunais e a Segurança Social crianças para um lar que estava irregular?

Independentemente da resposta a estas questões, parece-me evidente que permitir a continuidade da IURD em Portugal é, na verdade, permitir que o lobo continue a viver no meio das galinhas, acreditando que nada de mal vai acontecer. Estamos num daqueles casos limite, em que o poder público não deve temer interferir no campo dos deuses para salvaguarda das vidas, do património e da liberdade dos seus cidadãos.
Pelo menos até que tudo isto esteja esclarecido pelas autoridades – e haja resultados de uma completa auditoria ao uso do dinheiro e aos investimentos feitos por esta igreja –, Portugal e Brasil deveriam fechar as portas de todos os templos. Para perceber se, no fundo, o Reino de Deus não é apenas uma metáfora para o paraíso dos bandidos.

Vieira da Silva
O caso Raríssimas está a colocar em causa o ministro da Segurança Social. Primeiro foram as alegadas denúncias não investigadas pelo seu ministério, depois a alegada aprovação das contas antes de ir para o Governo. Sabe-se agora que omitiu o cargo de ‘vice’ da assembleia geral da Raríssimas no registo de interesses. Extraordinariamente fragilizado.

+ CMTV na NOWO
A CMTV chega esta manhã aos clientes da operadora NOWO (antiga Cabovisão), permitindo assim que mais 200 000 lares obtenham toda a informação ‘Melhor! Primeiro!’.
 
- Pedrógão grande
Seis meses após a tragédia falta ainda muito por fazer e as indemnizações tardam em chegar a quem precisa, em grande medida por culpa da burocracia que nos continua a asfixiar.

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