www.publico.ptpublico.pt - 18 dez. 07:00

Transportes. Infraestruturas de Portugal reage aos incêndios e vai limpar bermas da via férrea

Transportes. Infraestruturas de Portugal reage aos incêndios e vai limpar bermas da via férrea

Empresa vai gastar 8 milhões de euros para cumprir resolução do Conselho de Ministros depois de uma década em que descurou a limpeza do canal ferroviário.

A Infraestruturas de Portugal lançou um concurso público com um valor base de 8 milhões de euros para execução dos trabalhos de controlo de vegetação e desmatação na rede ferroviária nacional ao longo de 2500 quilómetros de linhas.

O concurso, publicado em Diário da República a 13 de Dezembro, prevê a limpeza e gestão de faixas de combustível nos canais ferroviários, nomeadamente “deservagem e corte selectivo de vegetação herbácea, arbustiva e arbórea até dez metros do limite do carril exterior”. O diploma diz ainda que deve ser dada prioridade às vias férreas próximas de zonas florestais.

Esta resolução mais não faz do que reafirmar legislação de 2009 que refere que a empresa gestora das infraestruturas ferroviárias deve “providenciar a gestão do combustível numa faixa lateral do terreno confinante contada a partir dos carris externos numa largura não inferior a 10 metros”.

Ora a Refer (agora designada Infraestruturas de Portugal) não assegurou, sobretudo nos anos da troika, estes mínimos na rede ferroviária. Tal como os trabalhos de manutenção ao nível do balastro, travessas e carris foram reduzidos ao mínimo, também a limpeza de matos, arbustos e vegetação nas bermas das linhas foi ignorada. Ou seja, aquilo que durante 150 anos era considerado pura rotina de manutenção da infraestrutura ferroviária, é agora alvo de um concurso público de emergência, devido aos incêndios deste Verão.

Desde sempre a Real Companhia dos Caminhos de Ferro, a CP, e mais tarde a Refer, executavam periodicamente a limpeza das vias férreas. Até há poucos anos circulavam ao longo de toda a rede os chamados “comboios da deservagem” que percorriam as linhas pulverizando-as com químicos que matavam a vegetação rasteira. Contudo, nos últimos dez anos a vegetação foi crescendo ao longo da via férrea, havendo casos, como a linha do Vouga, onde os ramos das árvores roçam os comboios e, não raras vezes, destroem o espelho retrovisor da cabine do maquinista.

Na linha da Beira Alta, uma das mais arborizadas do país, a IP, devido aos cortes impostos pelos governos à despesa das empresas públicas, também esteve vários anos sem dar atenção à limpeza do corredor ferroviário sendo visível uma grande quantidade de mato, arbustos e árvores encostada à via férrea. No Verão passado esta foi a linha que sofreu mais interrupções devido aos incêndios.

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