sol.sapo.ptJosé Ferreira Machado - 17 dez. 12:17

Entre Rio e Santana venha o diabo e escolha

Entre Rio e Santana venha o diabo e escolha

Santana foi desastroso e Rio falhou no teste do ácido

1.RIO VS. SANTANA. Há um ano Jeremy Corbyn era considerado um mero assunto interno do Partido Trabalhista. Tão radical, tão serôdio, tão isolado do partido parlamentar que jamais seria primeiro-ministro do Reino Unido. Mas, se em política uma semana é muito tempo, o que dizer de meses. Veio o verão,  o surpreendente desaire eleitoral dos Tories, as trapalhadas do Brexit, a incapacidade de Theresa May em controlar os seus ministros e deputados e, agora, Corbyn é o mais que provável próximo primeiro-ministro britânico. Este introito serve para fazer o ponto de que os militantes do PSD não devem  escolher entre Rio e Santana com base apenas em assuntos ligados ao arrumar a casa partidária. Também não se devem enredar excessivamente na questão arcana do significado da alma social-democrata. Como o exemplo britânico mostra, o líder do maior partido da oposição está sempre a um milímetro de ser chefe do governo. Os militantes do PSD vão também escolher um possível primeiro-ministro. Mas, se assim pensarem, dificilmente escolherão Santana Lopes. A sua experiência à frente do governo foi desastrosa (e recente) e, nestas coisas,  não podem haver segundas chances. Mas Rio também me parece uma fraca escolha para primeiro-ministro pois, entre outras coisas,  falhou no teste do ácido de qualquer estadista responsável – o apoio à indispensável política de austeridade financeira que salvou o país da bancarrota. Difícil, portanto!

2. CONSELHO EUROPEU. Nesta quinta-feira em que escrevo tem lugar o último Conselho Europeu de 2017. Mesmo com Brexit, as águas estão mais calmas – a economia cresce, o problema imigração perdeu o caráter agudo e as dívidas soberanas estão controladas com a ajuda preciosa do Banco Central Europeu. A Comissão já não precisa de correr a pagar fogos. A bonança permite retomar a iniciativa. O que fazer nesta bonança? Lançar novos e arrojados planos ou tratar de por a casa em ordem. Alguns, com Martin Schulz à cabeça, prefere a primeira opção como demonstra o seu esquiço para constituição de uns ‘Estados Unidos da Europa’ até 2025. Mas o Conselho e também a Comissão preferem a segunda – designadamente, completar os alicerces da união monetária. Estou com estes. A Europa precisa de tudo menos de novos saltos em frente. Façam o trabalho de casa e poupem-nos a novos planos.

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