computerworld.com.pt - 22 nov. 09:31
Uber pagou para ocultar roubo de milhões de dados
Uber pagou para ocultar roubo de milhões de dados
A Uber confirmou ter ocultado um ataque que afectou dados de 57 milhões de clientes e motoristas em 2016. A notícia foi avançada esta terça-feira pela Bloomberg.
Hackers acederam e copiaram 57 milhões de nomes, endereços de email e números de telemóveis, que constam nos sistemas de informação da Uber, avançou a Bloomberg. Segundo a agência estão em causa dados de 50 milhões de clientes e sete milhões de motoristas, incluindo números de cartas de condução de 600 mil condutores norte-americanos.
A intrusão, datada de 2016, foi encoberta pela empresa que pagou 100 mil dólares aos hackers para apagar a cópia dos dados feita. O antigo CEO da empresa, Travis Kalanick, estava a par da falha de segurança, acrescenta a Bloomberg que deu a notícia em primeira mão.
Segundo a Uber, não há indicações de que tenham sido descarregados números de segurança social, informação de cartões de crédito, históricos de viagens ou datas de nascimento.
A Uber criou uma página com esclarecimentos destinada a todos os que poderão ter sido afectados, na qual assinala que imediatamente após o incidente terão sido tomadas medidas para salvaguardar dados, impedir novos acessos não autorizados e reforçar a segurança dos seus sistemas.
“Apesar de não se terem provas de fraudes ou utilização de dados relacionados com o incidente, estamos a monitorizar as contas afectadas, as contas foram sinalizadas com protecção adicional contra fraudes”, disse o administrador-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, no cargo desde Setembro.
Durante a corrente semana, a empresa digital de transporte de passageiros afastou o Chief Security Officer (CSO), Joe Sullivan, e um dos seus colaboradores, devido ao papel que desempenharam no encobrimento desta fraude, que incluiu o pagamento de 100 mil dólares aos hackers.
A Bloomberg recorda que muitas empresas têm sido alvo de ataques ao longo dos últimos anos, como a Yahoo, a MySpace, a Target, a Anthem ou a Equifax. O que é alarmante neste caso são as medidas extremas que a Uber tomou para esconder o ataque, conclui a agência noticiosa.
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