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OE 2018. PCP admite revisão do défice para reforçar verbas para a floresta

OE 2018. PCP admite revisão do défice para reforçar verbas para a floresta

Jerónimo esteve esta quarta-feira reunido com o Presidente da República em Belém.

O PCP defende um reforço orçamental direccionado para a floresta, que assegure mais "meios financeiros, meios humanos e meios logísticos", suportado por uma eventual revisão da meta do défice.

Esta posição foi transmitida aos jornalistas pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência no Palácio de Belém, em Lisboa, realizada a pedido dos comunistas, na sequência dos incêndios que deflagraram no domingo e mataram, pelo menos, 42 pessoas.

Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP veio "alertar o senhor Presidente para o facto de este ser um momento crucial", em que se debate no parlamento o Orçamento do Estado para 2018, e defender "um Orçamento reforçado que dê resposta à questão das consequências desta tragédia".

"Colocámos ao senhor Presidente a necessidade de encontrar respostas estruturais, mas também conjunturais, designadamente de apoio às vítimas, dos que perderam a vida, dos que perderam os seus bens, dos que perderam as suas empresas, as suas produções", referiu.

Segundo o PCP, deve haver um reforço orçamental "direccionado para medidas de fundo, no plano estrutural, em relação à floresta", assegurando "meios financeiros, meios humanos, meios logísticos" que respondam "à situação imediata" e permitam também a "aplicação concreta de muita lei e de muita medida que não tem eficácia" por falta de verbas.

Jerónimo de Sousa rejeitou que "mais dinheiro para a floresta" implique "menos para rendimentos e direitos" e reiterou a proposta do PCP de se reconsiderar a meta do défice traçada para 2018 - 1% do Produto Interno Bruto (PIB) - "que o Governo assumiu por conta própria".

Como exemplo, o secretário-geral do PCP mencionou que rever essa meta em "0,1 significa 200 milhões de euros para aplicar designadamente na floresta" e argumentou que isso não poria em causa as regras europeias: "Uma proposta desta natureza que eu referi em relação ao défice nem sequer colide com as imposições que a União Europeia nos coloca quotidianamente".

No seu entender, são necessárias mais verbas "por exemplo, no Ministério da Agricultura, em que, de facto, houve praticamente o desmantelamento de serviços importantíssimos que estão muito ligados às questões da floresta", e "meios para acudir às situações mais dramáticas com que muitos portugueses neste momento são confrontados, que perderam tudo, alguns já perderam a esperança até".

"Esse reforço orçamental parece-nos ser perfeitamente possível, tendo em conta até, como é sabido, que existem excedentes que poderiam ser aplicados para acudir às situações dramáticas e para encontrar soluções de fundo para a nossa floresta", defendeu.

Jerónimo de Sousa esteve reunido com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante mais de uma hora, acompanhado pelos dirigentes nacionais do PCP Jorge Cordeiro, João Frazão e João Oliveira, líder da bancada parlamentar comunista.

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