João Vaz - 18 out. 01:30
Cegados por leis
Cegados por leis
Governo organizou um sistema que funciona mal com comandos incapazes e incompetentes.
As tragédias dos incêndios florestais, seja no caso de Pedrógão Grande e concelhos vizinhos, em junho, como na grande devastação a norte do Tejo, no domingo passado, suscitam sempre explicações com causas naturais, erros de florestação, negligência humana e até origem criminosa.
O problema não está, porém, na forma como surgem os incêndios, mas sobretudo na maneira como alastram, porque não há prevenção e o combate é ineficaz. A realidade mostra que não existe, propriamente, um exército de terroristas pirómanos, mas para combater os fogos o Governo organizou um sistema que funciona mal, com comandos incompetentes e incapazes.
Esta questão não se resolve com pacotes legislativos, nem com Conselho de Ministros para aprovar reformas estruturais na política florestal ou medidas organizativas. O principal está acima da lei, pertence ao domínio da ética, ao respeito devido a todas as pessoas.
É preciso lembrar aos governantes, como António Costa, que estão errados quando seguem a cartilha da ‘ética republicana é a lei’. Pelos buracos das leis passa muito do que é mau para a vida em sociedade. E o que se faz de melhor, nunca precisou de lei, sendo apenas fruto da solidariedade e do amor ao próximo.
É imperdoável que, cego por leis diante da tragédia, o chefe de um governo centralista que revela tanta dificuldade em concretizar autonomias simples receite que "as comunidades têm de ser mais resilientes às catástrofes"? As tragédias dos incêndios destaparam, à semelhança de outras situações dramáticas, uma grande insensibilidade por parte do Estado aos problemas dos portugueses.
Há 50 anos, a completar em 26 de novembro, a ditadura de Salazar censurou as notícias sobre inundações calamitosas com mortos nunca contados. Hoje, o que vê não é melhor que a revoltante cena de Trump a atirar rolos de papel para as vítimas dos furações. Valha-nos Deus.
O problema não está, porém, na forma como surgem os incêndios, mas sobretudo na maneira como alastram, porque não há prevenção e o combate é ineficaz. A realidade mostra que não existe, propriamente, um exército de terroristas pirómanos, mas para combater os fogos o Governo organizou um sistema que funciona mal, com comandos incompetentes e incapazes.
Esta questão não se resolve com pacotes legislativos, nem com Conselho de Ministros para aprovar reformas estruturais na política florestal ou medidas organizativas. O principal está acima da lei, pertence ao domínio da ética, ao respeito devido a todas as pessoas.
É preciso lembrar aos governantes, como António Costa, que estão errados quando seguem a cartilha da ‘ética republicana é a lei’. Pelos buracos das leis passa muito do que é mau para a vida em sociedade. E o que se faz de melhor, nunca precisou de lei, sendo apenas fruto da solidariedade e do amor ao próximo.
É imperdoável que, cego por leis diante da tragédia, o chefe de um governo centralista que revela tanta dificuldade em concretizar autonomias simples receite que "as comunidades têm de ser mais resilientes às catástrofes"? As tragédias dos incêndios destaparam, à semelhança de outras situações dramáticas, uma grande insensibilidade por parte do Estado aos problemas dos portugueses.
Há 50 anos, a completar em 26 de novembro, a ditadura de Salazar censurou as notícias sobre inundações calamitosas com mortos nunca contados. Hoje, o que vê não é melhor que a revoltante cena de Trump a atirar rolos de papel para as vítimas dos furações. Valha-nos Deus.