www.publico.ptpublico.pt - 21 set. 09:59

Noite de tensão em Barcelona entre polícia e manifestantes

Noite de tensão em Barcelona entre polícia e manifestantes

Polícia da Generalitat abriu corredor de passagem para os guardas civis saírem do Departamento de Economia. Confrontos fizeram feridos entre os manifestantes.

A escalada entre Madrid e Barcelona por causa do referendo sobre a independência conheceu novos momentos de tensão durante a última madrugada no centro da cidade catalã, em reacção às detenções de altos responsáveis da Generalitat e à ocupação de vários departamentos do governo catalão por parte da polícia espanhola.

Ao início da noite chegaram a estar perto de 40 mil pessoas concentradas entre a Gran Via e a Praça da Catalunha, em defesa da Generalitat e do direito ao voto a 1 de Outubro. Por volta das 1h30 da madrugada, os Mossos, a polícia da Generalitat, procuraram afastar algumas centenas de manifestantes que continuavam concentradas próximo do Departamento de Economia, onde os líderes da Assembleia Nacional Catalã e da Omnium Cultural já tinham dado por terminada a mobilização.

Os guardas nacionais que ficaram dentro do Departamento de Economia, onde à porta se concentravam algumas centenas de manifestantes, só acabaram por sair do edifício ao início da manhã, por volta das 7h15 locais. Os Mossos tiveram de abrir um perímetro de segurança para que os guardas pudessem sair.

Os momentos de tensão aconteceram horas antes, quando a polícia da Generalitat tentava abrir um perímetro de segurança à porta do edifício, para preparar a saída dos guardas civis. Objectos foram atirados às forças policiais e três carros da GRS, uma unidade da Guardia Civil, também foram alvo dos manifestantes. A escalada, diz o El País, resultou em cargas policiais e em feridos.

Por volta das 3h, descreve o El Mundo, cinco guardas civis à paisana chegaram a abandonar um dos departamentos protegidos pela política catalã. Nesse momento, a polícia interveio de novo para dispersar os manifestantes e abrir o perímetro de segurança.

Os Mossos, escreve o El País citando um documento interno difundido pelo responsável da política catalã, Josep Lluís Trapero, tinham orientação para serem “especialmente restritivos e cuidadosos com o uso da força” – limitada às situações em que fosse preciso “garantir a própria segurança ou a de terceiros e sempre que não haja outra opção menos lesiva”.

Os momentos de tensão já se haviam repetido ao longo do dia entre a polícia e os manifestantes mobilizados diante do Departamento de Economia ou junto à sede da CUP (Candidatura de Unidade Popular), o partido de extrema-esquerda que somado aos deputados da coligação Juntos pelo Sim (Esquerda Republicana da Catalunha mais Partido Democrata Europeu Catalão) compõe a maioria independentista no parlamento catalão.

A polícia nacional, a Guardia Civil, tem estado muito activa no cumprimento das ordens para evitar a realização do referendo, apreendendo boletins, as listas para as mesas eleitorais e 45 mil cartas que a Generalitat previa enviar aos cidadãos sorteados para estar nos colégios eleitorais. Na quarta-feira houve 16 detenções, entre os quais estão membros dos departamentos de Economia, Presidência, Exteriores e Governação. Perto de dez milhões de boletins de voto foram apreendidos numa fábrica, cujos donos foram também detidos.

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