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Portugal lidera ranking internacional de subida de dividendos

Portugal lidera ranking internacional de subida de dividendos

Grandes cotadas portuguesas pagaram 1,2 mil milhões de euros no 2º trimestre em dividendos, mais 71% face a igual período de 2016. Maior subida da Europa.

Depois de vários tombos violentos durante os anos da crise, o pagamento de dividendos feito por empresas cotadas em Lisboa voltou a subir de forma considerável e bem acima do ritmo de expansão da economia real.

Um estudo da Janus Henderson Investors (JHI), ontem divulgado, mostra que Portugal é o país da região “Europa” onde os dividendos das maiores cotadas mais subiram. A Galp foi a empresa responsável pelo sucedido.

A gestora de ativos diz ainda que o valor pago em Portugal no segundo trimestre deste ano aumentou 71,9% comparativamente a igual período de 2016, superando os saltos também significativos registados na Áustria (mais 52,5%) ou na Noruega (23,6%).

A nível internacional (a consultora analisa mais de 1200 grandes companhias cotadas em 37 países ou territórios), o volume desembolsado em dividendos cresceu 5,4%, para 447, mil milhões de dólares (cerca de 380,6 mil milhões de euros, basicamente o dobro do que Portugal produz num ano como economia).

Para esse total geral, Portugal contribuiu com 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros ao cambio atual), o que resultou numa subida de mais de 70% na remuneração dos acionistas das maiores empresas consideradas no ranking da Henderson.

Trata-se do aumento mais expressivo nesta altura do ano e desde 2012, pelo menos. No segundo trimestre do ano passado, o valor pago já tinha subido 33%. Nem sempre foi assim, claro. No segundo trimestre de 2012, em pleno programa de austeridade, os dividendos tinham colapsado 59%. No segundo trimestre de 2015, afundaram mais 50%, indica o novo estudo.

O salto de 70% registado em Portugal tem essencialmente a ver com a política de dividendos da Galp, que este ano decidiu, em assembleia geral, subir a remuneração referente a 2016 (50% dela paga neste segundo trimestre) para 50 cêntimos por ação, valor que compara com os 41,47 cêntimos relativos ao exercício de 2015. A petrolífera é a maior cotada e a maior empresa portuguesa.

Europa domina nesta altura do ano

A Janus Henderson explica que “o segundo trimestre é dominado pela região Europa excluindo o Reino Unido, que representa quase dois quintos do total global”. “Isto acontece porque os dividendos europeus são altamente sazonais; dois terços deles são pagos entre abril e junho”.

“Os maiores aumentos verificaram-se nos países mais pequenos. Áustria, Portugal, Bélgica e Finlândia registaram o maior crescimento subjacente [expurgando efeitos cambiais e os dividendos intercalares]. “Na Áustria, o Erste Bank duplicou o dividendo e a companhia petrolífera OMV subiu o seu em um quinto. A homóloga portuguesa Galp Energia seguiu esta política”, refere a consultora JHI.

Em termos absolutos, o país que pagou mais dividendos foi os Estados Unidos (111,6 mil milhões de dólares no 2º trimestre). França aparece em segundo lugar, com 40,6 mil milhões. No mundo, o sector financeiro continua a ser o mais rico em dividendos (114,4 mil milhões de dólares ou 26% do total).

As empresas líderes mundiais nos dividendos pagos são, por esta ordem, Nestlé (Suíça), Zurich Insurance (Suíça), HSBC (Reino Unido), Sanofi (França), Allianz (Alemanha), National Grid (Reino Unido), Anheuser-Busch InBev (Bélgica), Daimler (Alemanha) e Commonwealth Bank of Australia.

A Samsung Electronics (Coreia do Sul), em 11º lugar, pagou mais aos acionistas do que a Apple (13º no ranking mundial).

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