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Serviços secretos prestes a esgotar orçamento anual para proteger Trump e a sua família

Serviços secretos prestes a esgotar orçamento anual para proteger Trump e a sua família

Mais de mil agentes já ultrapassaram o limite máximo anual relativo a salários e horas extraordinárias definido pela legislação federal para proteger a primeira família dos EUA

Os Serviços Secretos norte-americanos estão a ficar sem dinheiro para pagar às centenas de agentes encarregados de proteger o Presidente Donald Trump e a sua família alargada. Assim confirmou na segunda-feira o diretor daqueles serviços desde abril, Randolph Alles, numa entrevista ao “USA Today”, na qual explicou que mais de mil agentes já atingiram o limite máximo anual de pagamento de salários e horas extraordinárias imposto pelas leis federais.

“O Presidente tem uma família grande e a nossa responsabilidade [de a proteger] é enquadrada pela lei”, declarou Alles ao canal. “Eu não posso mudar isso, não tenho qualquer flexibilidade.” Num comunicado enviado à CNN, o diretor dos serviços secretos garantiria depois que este problema não é exclusivo da administração Trump. “Esta questão não pode ser atribuída aos requerimentos de proteção da atual administração, é um problema que existe há quase uma década.”

Desde que tomou posse em janeiro, Trump não passou um único fim-de-semana na Casa Branca, viajando até às suas propriedades em New Jersey, Virgínia e Flórida bem como para os vários países que já visitou enquanto 45.º Presidente dos EUA. A par dele, os seus quatro filhos adultos também são protegidos pelos serviços secretos sempre que partem em viagens de negócios ou de férias.

Ao todo, a administração Trump contabiliza 42 pessoas que estão abrangidas pelas leis de proteção federal, entre elas 18 familiares, um aumento de 31 pessoas em relação à administração Obama. Entre elas destaca-se a primeira-dama Melania Trump, que até há pouco tempo continuava a viver com o filho menor, Baron, em Nova Iorque e não na Casa Branca.

Segundo notícias avançadas ontem por vários media, Alles já se encontrou com legisladores do Congresso para discutir um projeto-lei que prevê a subida do teto máximo de compensação dos agentes de 160 mil dólares (136 mil euros) anuais para 187 mil (159 mil euros). Ao “USA Today”, o chefe dos Serviços Secretos explicou que, se a medida for aprovada, estará em vigor pelo menos até ao final do primeiro mandato de Trump e assumiu que, mesmo nesse cenário, haverá cerca de 130 agentes que não vão ser recompensados pelas centenas de horas extra que já trabalharam desde janeiro.

No comunicado que enviou à CNN logo a seguir, Alles contradisse a notícia de que já os fundos para garantir a segurança da família presidencial durante o resto do ano fiscal corrente já se esgotaram. “Os Serviços Secretos têm o financiamento necessário para cumprir todas as suas missões até ao final do ano fiscal e para compensar os funcionários pelas horas extraordinárias durante o ano de 2017", garantiu. "A nossa agência enfrentou o mesmo problema no ano de 2016, o que resultou em legislação que veio permitir que os funcionários dos Serviços Secretos ultrapassem os limites salariais previstos na lei.”

No mesmo documento, Alles sublinha que, “para resolver este problema sério, a agência tem estado a trabalhar de perto com o Departamento de Segurança Nacional, com a administração e com o Congresso nos últimos meses para encontrar uma solução legislativa”.

Reagindo às notícias, a Casa Branca emitiu o seu próprio comunicado, no qual garantiu que o Presidente “está empenhado em garantir que os Serviços Secretos e todos aqueles que protegem o nosso país têm todos os recursos de que necessitam”.

Em abril, a CNN tinha noticiado que as viagens de Trump até ao seu resort na Flórida desde que tomou posse envolveram gastos superios a 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) em apenas 80 dias, quase o mesmo valor que Barack Obama gastou em viagens nos seus oito anos na presidência. Antes e durante a campanha presidencial, Trump teceu várias críticas ao antecessor por pesar nas finanças dos contribuintes de cada vez que viajava, prometendo ao longo da corrida à Casa Branca que ia reduzir as despesas de grande parte das agências federais.

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