pplware.sapo.ptpplware.sapo.pt - 22 ago. 13:00

Por isso o termómetro do nosso carro está quase sempre errado!!!

Por isso o termómetro do nosso carro está quase sempre errado!!!

O termómetro do nosso carro nem sempre mostra a temperatura real do ar. Alias, os veículos usam termistores, sabe o que é? Vamos explicar.

Está um calor que não se aguenta e o carro diz-nos que o inferno está na Terra, visto o termómetro seguir a direito até aos 50º. Mas estará correto o valor da temperatura que o meu carro indica?

Ao que parece, nem sempre o que o termómetro nos mostra é real, muitas vezes é apenas “ilustrativo”!!!

Termómetro do exemplo

Poucas indústrias integram a tecnologia nos seus produtos mais rapidamente do que as empresas automobilísticas. Uma dessas características, agora omnipresente na maioria dos carros, é a exibição do termómetro do painel. Mas a leitura da temperatura no painel do seu veículo é muitas vezes enganosa e não é representativa da temperatura real.

Na sua definição mais básica, a temperatura é a medida através do grau de agitação das moléculas de um sistema ou a sua energia cinética média. O calor excita as moléculas, fazendo com que elas se movimentem com mais frequência, resultando num valor de temperatura mais alto. A forma mais comum de medir esta reação é com um termómetro de mercúrio, onde o mercúrio líquido se expandirá fisicamente e aumentará para um determinado valor quando o calor é adicionado.

Termistor não um termómetro

O nosso carro está equipado não com um termómetro, mas com um termistor. Os termistores funcionam de forma semelhante aos termómetros, mas ao invés de usar um líquido como o mercúrio, medem a mudança na corrente elétrica como resultado do calor adicionado ou removido.

Estes “sensores” são bastante convenientes, uma vez que são pequenos, baratos no fabrico e, na grande maioria, são precisos. Claro que o problema não é o nosso carro usar um termistor, a questão aqui está no local onde este termistor é colocado.

A maioria dos veículos tem os seus termistores colocados na parte da frente, localizado atrás da grade. Esta localização faz com que as medidas do instrumento sejam sensíveis ao calor irradiado da superfície da estrada. Certamente, se já andou de pés descalços na areia ou no cimento que esteve diretamente exposto à luz solar, deve saber o que é o calor irradiado.

As superfícies das estradas são grandes espaços de absorção da radiação do sol e, consequentemente, elas aquecem muito rapidamente, criando um ponto-chave de calor localizado diretamente na superfície. Como podemos imaginar, a temperatura de uma superfície da estrada no meio de um dia de verão quente não é uma verdadeira representação da temperatura do ar. Mas o calor gerado é real, e é esse calor “extra” que é retirado pelo termistor de um carro, inflacionando artificialmente a leitura que iremos ver no painel de instrumentos do veículo.

Então, de facto, o termistor do nosso carro mede a temperatura de um ambiente muito localizado e não o que consideramos a temperatura do ar. A temperatura que os organismos nos informam fazem recolhas em meios protegidos de influências de meios próximos ou de situações que possam comprometer a real medição da temperatura do ar.

Os termistores do carro fornecem uma melhor representação da temperatura do ar durante a noite do que durante o dia, porque o calor do sol não está a ser “refletido” nas superfícies da estrada. Assim como quando está um dia com nuvens, o reflexo dessa medição será mais precisa do que se estiver um aberto dia de sol pelo mesmo motivo.

Para e arranca… e aquece que se farta!

Este efeito de aquecimento artificial da estrada é minimizado quando viajamos em velocidades mais altas face aos cenários em que arrancamos e parámos por forma do trânsito.

Já durante as tempestades de inverno, os termistores podem ser um indicador útil sobre o quão baixa está a temperatura e se há gelo nos locais por onde circula. Contudo, também nestes cenários estes “sensores” não são confiáveis ​​o suficiente para discernir com precisão as temperaturas dentro de um grau de congelamento, o que em certos países é importantíssimo para diferenciar estradas húmidas de um tipo de gelo perigosíssimo que apelidam de black ice ou gelo negro.

Mas é assim impreciso?

Não, claro que não. Apesar das suas deficiências, as leituras de temperatura do carro são interessantes de verificar e podem dar uma ideia clara da velocidade das alterações temperaturas. No trânsito é importante ter uma ideia se a temperatura mostrada pode prever gelo no piso e isso alerta-nos para uma condução mais cautelosa. No verão, a temperatura que é lida no carro, mesmo mostrando uns graus acima da realidade, também nos diz o que está a receber o veículo, permitindo-nos gerir também esse aspeto. Via

Se quiser ter uma explicação interessante, pela mão de Brad Panovich, meteorologista responsável da NBC, vai entender melhor este assunto:

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