Ricardo Ramos - 21 ago. 01:30
Redes sociais de ódio
Redes sociais de ódio
Matava todos os infiéis e só deixava os muçulmanos que seguissem a religião.
"Matava todos os infiéis e só deixava os muçulmanos que seguissem a religião". A frase foi escrita numa rede social por Moussa Oukabir, um jovem de 15 anos que viria, dois dias depois, a integrar a célula terrorista que matou e feriu dezenas de pessoas em Barcelona e Cambrils.
Muitos leram a frase, talvez alguns a tivessem partilhado. Ninguém – inclusive a rede social onde foi escrita - a denunciou como aquilo que era: uma declaração de ódio.
Na semana passada, após a manifestação de grupos racistas e neonazis em Charlottesville, redes sociais e plataformas de Internet que alojavam páginas de grupos racistas e supremacistas correram a encerrá-las, numa atitude tão louvável como hipócrita.
Será que só então repararam que serviam para difundir mensagens de ódio? Claro que não. Se as redes sociais têm algoritmos para detetar e bloquear pornografia, porque não são capazes de detetar e denunciar mensagens de ódio racial ou religioso? A resposta é simples: porque não querem.
Apelar à morte de negros, mulheres, homossexuais ou infiéis não é liberdade de expressão: é crime. E tanto devem ser punidos os que as escrevem como aqueles que permitem que essas mensagens de ódio sejam lidas e partilhadas.
Muitos leram a frase, talvez alguns a tivessem partilhado. Ninguém – inclusive a rede social onde foi escrita - a denunciou como aquilo que era: uma declaração de ódio.
Na semana passada, após a manifestação de grupos racistas e neonazis em Charlottesville, redes sociais e plataformas de Internet que alojavam páginas de grupos racistas e supremacistas correram a encerrá-las, numa atitude tão louvável como hipócrita.
Será que só então repararam que serviam para difundir mensagens de ódio? Claro que não. Se as redes sociais têm algoritmos para detetar e bloquear pornografia, porque não são capazes de detetar e denunciar mensagens de ódio racial ou religioso? A resposta é simples: porque não querem.
Apelar à morte de negros, mulheres, homossexuais ou infiéis não é liberdade de expressão: é crime. E tanto devem ser punidos os que as escrevem como aqueles que permitem que essas mensagens de ódio sejam lidas e partilhadas.