Flash - 21 ago. 07:16
O mundo parece um festival de terror
O mundo parece um festival de terror
Não me lembro de mais nenhuma altura em que Portugal e o mundo me parecessem tanto a um festival deste género de filmes
Podia ser, infelizmente, o nome que designasse o que se tem passado nestas últimas semanas. . Basta abrir a televisão, passar por um quiosque ou abrir o Facebook. A sensação é a mesma daquela que temos quando vamos ao cinema e só vemos títulos como "A Evocação do Mal", "Brinquedo Assassino" ou a "A Fronteira". Mais uma vez a realidade supera a ficção. Só que aqui, os efeitos não são mesmo nada especiais. E metem mesmo medo. Não me admiraria que muitos de nós já nem durmam bem.
Em Portugal, só vemos fogos e pessoas desesperadas. Para não falar das tragédias pessoais e colectivas de Pedrógão Grande (64 mortos) e da queda do carvalho na Madeira (13 mortos), cujas causas queremos ainda apuradas. A morte do piloto do helicóptero parece a cena de acção de qualquer filme de guerra. Mas não é. Tudo aconteceu e tudo é real. Lamentamos ainda a vida de duas portuguesas que, num total de 15 pessoas perderam a vida enquanto passeavam nas Ramblas, na fatídica hora do ataque. O mais certo é que o número suba, a qualquer instante. Porque nisto, parece que estamos sempre no domínio do "número provisório"... Até nisso há suspensa e drama.
Como se não bastasse, sabemos que os Estados Unidos e a Coreia do Sul começaram os ensaios militares. No dia em que os norte-americanos negam os vistos aos cidadãos russos. As notícias de catástrofe, terror e guerra começam a ter uma cadência assustadora. Como se o mundo tivesse virado a pior de todas as ficções, às escalas local e global. Na Europa, os líderes dizem que não devemos ter medo pois isso é ceder à vontade do Daesh. Trump, do alto do seu palanque favorito, o Twitter, mais parece o Chucky, o "Brinquedo Assassino", com a sua figura apalhaçada e irada. Com neonazis à solta...
Não, não tem graça nenhuma. A qualquer minuto esperamos uma declaração de guerra mundial. Já se vão publicando artigos sobre como devemos proeger-nos de um ataque nuclear. O mundo vive numa atmosfera tão pesada que os títulos dos filmes de terror parecem um ensaio do que ainda está para vir. Assim como uma "pré-verdade" à qual não queremos assistir.