jornaleconomico.sapo.pt - 22 jul. 13:53
Schäuble: "É importante que Portugal mantenha o rumo"
Schäuble: "É importante que Portugal mantenha o rumo"
"Portugal conseguiu progressos impressionantes", elogiou ministro das finanças alemão. No entanto, diz que abandonar políticas orçamentais e de reformas sólidas tem "consequências negativas". "Lançar alertas nesse sentido pode não ser uma medida popular, mas o contexto mantém-se válido", frisa.
O ministro das finanças alemão, Wolfgang Shäuble, elogiou a evolução da economia portuguesa mas não deixou cair o ‘alerta’ da importância de “políticas orçamentais e de reformas sólidas”.
“Portugal conseguiu progressos impressionantes”, disse Wolfang Shäuble, em entrevista ao semanário Expresso, este sábado. “Esse sucesso demonstra igualmente que a política de estabilização funciona: os Estados que aplicaram e concluíram programas de assistência têm um crescimento acima da média. Agora é importante que Portugal mantenha esse rumo”, acrescenta.
Na entrada para a reunião do Ecofin, em junho, que antecedeu o anúncio da formalização da saída de Portugal por Défice Excessivo, o ministro de Merkel já tinha considerado o programa de assistência financeira a Portugal uma “história de sucesso”. Mas questionado pelo Expresso sobre os avisos em outubro do ano passado,em que afirmava que Portugal deveria garantir que não necessitava de um novo resgate, o alemão voltou a ser categórico: “já anteriormente tinha alertado repetidas vezes para as consequências negativas do abandono de políticas orçamentais e de reformas sólidas” e acrescenta que “lançar alertas nesse sentido pode não ser uma medida popular, mas o contexto mantém-se válido”.
O ministro das finanças de Merkel comentou ainda o pedido que do Governo português de autorização para reembolsar antecipadamente cerca de 10 mil milhões de euros ao FMI, no âmbito dos empréstimo concedidos durante o programa de assistência financeira, na última reunião do Eurogrupo, a 23 de maio, dizendo que “todos compreendemos que Portugal queria pagar os créditos do FMI o mais depressa possível porque implicam juros elevados”.
Elogia, ainda, o trabalho de Vítor Gaspar e diz que colabora “de forma estreita e produtiva” com o homólogo português, Mário Centeno.
Sobre o sistema financeiro na Europa, Shäuble realça que “não compete aos contribuintes terem de pagar para que os bancos sejam artificialmente mantidos em funcionamento”.