Francisco Moita Flores - 25 jun. 01:30
Demissões e soluções
Demissões e soluções
De Nada vale reformular políticas florestais sem combater a desertificação.
Somos habitados por uma consciência da culpa, velha herança tridentina, que nos momentos das grandes tragédias nos obriga a olhar em volta à procura do culpado. Personalizar a culpa, dar-lhe um rosto é o exercício de catarse mais imediato para nos libertarmos da angústia que vivemos perante a Morte.
No caso desta catástrofe que assolou Pedrógão Grande é fácil dar rostos aos demónios que se libertam dentro de cada um de nós. É o caminho do luto mas não é a estrada que nos leva para soluções duradoiras. Esta semana, a TVI recuperou avaliações de incêndios desde o governo de Durão Barroso até ao ano passado, já com a actual ministra. Foi um momento terrível.
A sequência de ministros e de primeiros-ministros repetindo mais ou menos as mesmas palavras em cima das tragédias estivais. Primeiro, vamos acabar com o fogo, depois vamos trabalhar na prevenção. Todos. Sem excepção.
E todos, sem excepção, não perceberam que o interior do País não é apenas um problema de florestas. Não vale a pena reformular políticas florestais sem enfrentar o desafio maior: combater a desertificação humana. Dar vida ao interior do País para que a floresta seja vivida. Não há como fugir a esta verdade incontornável por melhores que sejam os discursos desculpabilizantes de políticos.
No caso desta catástrofe que assolou Pedrógão Grande é fácil dar rostos aos demónios que se libertam dentro de cada um de nós. É o caminho do luto mas não é a estrada que nos leva para soluções duradoiras. Esta semana, a TVI recuperou avaliações de incêndios desde o governo de Durão Barroso até ao ano passado, já com a actual ministra. Foi um momento terrível.
A sequência de ministros e de primeiros-ministros repetindo mais ou menos as mesmas palavras em cima das tragédias estivais. Primeiro, vamos acabar com o fogo, depois vamos trabalhar na prevenção. Todos. Sem excepção.
E todos, sem excepção, não perceberam que o interior do País não é apenas um problema de florestas. Não vale a pena reformular políticas florestais sem enfrentar o desafio maior: combater a desertificação humana. Dar vida ao interior do País para que a floresta seja vivida. Não há como fugir a esta verdade incontornável por melhores que sejam os discursos desculpabilizantes de políticos.